74% das moradias à venda custam mais de R$ 200 mil

Três em cada quatro imóveis residenciais usados à venda em Londrina custam mais do que R$ 200 mil, o que revela, principalmente, a falta de opções de compra para famílias de menor renda. Os números, divulgados na semana passada pelo Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR) e relativos a janeiro, apontam ainda que 28,4% custam mais de R$ 450 mil. Os imóveis que se enquadram no Minha Casa Minha Vida, programa que oferece subsídio do governo federal e juros reduzidos, são os mais difíceis de se encontrar. Executivos do setor imobiliário dizem que o aumento de preços tem origem justamente no programa, que elevou a demanda de um público que não tinha acesso a moradias próprias anteriormente, mas que passou a aproveitar o crescimento da renda no País. O presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Londrina e Região (Sincil), Marco Antonio Bacarin, afirma que os trabalhadores com renda de até R$ 1,6 mil mensais ainda têm a chance de encontrar moradias dentro de loteamentos criados em parceria com a prefeitura. “O problema é quando entra na faixa de preços entre R$ 100 mil a R$ 145 mil. Esses desapareceram”, afirma. Diretor da regional Norte do Paraná do Secovi, Rosalmir Moreira conta que a demanda reprimida por imóveis para famílias de até seis salários mínimos (R$ 4,344 mil) gerou um boom de novos empreendimentos, mas com reflexo nos já construídos. “Houve maior facilidade para se obter financiamentos bancários, também pelo aumento da renda, o que aumentou a procura e elevou o preço.” Outro resultado foi o aumento no valor dos terrenos. Moreira afirma que há um sobrepreço para lotes que, aliado ao encarecimento da mão de obra na construção civil, inviabiliza construções de casas com valor abaixo do teto do Minha Casa Minha Vida. Problema que não é exclusivo de Londrina, mas de todo o País, segundo Bacarin, que também é diretor da Federação Nacional dos Corretores de Imóveis (Fenaci). Ele conta que garimpou por quase um mês um imóvel na cidade, para um cliente que queria pagar o máximo de R$ 150 mil. “Ele só encontrou em um conjunto de prédios antigos, no térreo, e um apartamento que precisava de muitas reformas”, diz. Valorização Conforme a pesquisa do Secovi-PR, feita pelo Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), os valores dos imóveis residenciais em Londrina apresentam alta de 10,17% em 12 meses encerrados em janeiro. Em relação a dezembro de 2013, porém, houve retração de 0,12% no primeiro mês de 2014. Bacarin explica que a demanda por imóveis menores e de valor mais baixo continua em alta. “Os de um quarto têm muita procura e estão valorizados, mas com os de três quartos não é assim”, conta. Apesar de considerar que o resultado de janeiro é fruto do período de férias, ele acredita que os preços se estabilizem neste ano, depois de seguidos períodos de alta. O diretor do Secovi pensa diferente. Para Moreira, a queda na média de valores se deu sazonalmente, porque algumas pessoas podem ter comercializado imóveis de forma apressada, para pagar dívidas, por exemplo. Porém, ele considera que a valorização deve continuar. “Ainda temos um mercado com bastante procura, mas há uma falta de imóveis que leva o brasileiro a pesquisar mais, a tomar a decisão mais devagar”, diz ele, que lembra que a abertura de novos loteamentos e empreendimentos está represada em Londrina por conta do atraso na aprovação do Plano Diretor.

Fonte; FOLHA DE LONDRINA

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