17/10/13 – Para coordenador do índice FipeZap, com a demanda estimulada pelo novo teto de financiamento até R$ 750 mil, preços podem subir.
Novo limite de crédito pode elevar preço dos imóveis Para coordenador do índice FipeZap, com a demanda estimulada pelo novo teto de financiamento até R$ 750 mil, preços podem subir. ciamento da casa própria comrecursosdoFundodeGa- rantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Finan- ceiro da Habitação (SFH) de R$500milparaR$750milpo- de elevar a cotação dos imó- veis prontos nos Estados de SãoPaulo,RiodeJaneiro,Mi- nasGeraisenoDistritoFede- ralnessafaixa depreço. ?Isoladamente, o efeito po- tencial dessa medida é estimu- lar a demanda e pressionar preços?,diz o coordenador do índice FipeZap de preços de imó- veis anunciados na internet, Eduardo Zylberstajn. Ele frisa, noentanto,queesseefeitoépo- tencial, uma vez que não é ape- nas a maior oferta de crédito queinfluenciaacompradoimó- vel, mas pesam outros fatores. Nesserol,oeconomistaapon- ta a renda e o emprego, que já não têm o mesmo vigor do pas- sadorecente.Alémdisso,segun- do Zylberstajn, há oferta maior de imóveis. Esses fatores po- dem atenuar o impacto positi- vodoaumentodadisponibilida- de de crédito nos imóveis de R$ 500 mil a R$ 700 mil. A participação dos imóveis prontos, novos e usados nessa faixa de preço no total de anún- cios na internet é significativa. Segundo o economista, repre- senta 19% nos Estados de São Paulo e Minas Gerais; 18% no Distrito Federal e 20% no Rio. Apesar de o economista res- saltar que o mercado imobiliá- rio está esfriando, os indicado- res ainda são positivos. Segun- do o índice FipeZap, o preço do metro quadrado dos imóveis prontos neste ano acumula alta de 10,5% no Rio e de 8,6% em SãoPaulo até agosto. NoDistri- to Federal e em Minas Gerais, a alta é mais moderada, de 2% e 1,5%, respectivamente. Para a diretora jurídica da As- sociação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências (Amspa), Ana Carolina Bernardes, ainda nãoépossívelsabercomoomer- cadodeveresponderàsmudan- ças para uso do FGTS, mas há uma tendência de alta. ?Quan- do houve aumento no teto do FGTS,ospreçosubiram.Acredi- tamos que o mercado deve res- ponder da mesma maneira.? Semimpacto. Na avaliação do presidentedaAssociaçãoBrasi- leira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abe- cip),OctaviodeLazariJunior,a possibilidade de aumento nos preços ?tende a zero?. ?Já te- mos um mercado com certa oferta, estoques de imóveis?, afirma. A projeção da Abecip é que o crédito cresça 20% neste ano, bem acima dos 3% do ano passado. ?Este ano desaguou o queestavarepresado.Odesem- bolsodocréditoimobiliáriode- ve ultrapassar R$ 1 bilhão?, afir- ma Lazari Junior. O presidente do Secovi-SP (Sindicatoda Habitação), Clau- dioBernardes,sóvêpossibilida- de de alta de preços em locais com oferta muito baixa de imó- veis acima de R$ 500 mil. ?Mas isso não vai correr de forma ge- ral?. Até porque, segundo ele, 42% dos imóveis lançados nos últimos 12 meses já tinham pre- çoacimadeR$500mil.Eletam- bém acredita que as mudanças no perfil dos lançamentos do imóveis compatíveis com a no- va regra só deve ter efeito no ano que vem. ?Os novos lança- mentos podem tentar se adap- tar a esse tipo de produto, e aí não é uma questão de preço dos imóveis. Mas um produto adap- tável com as regras de financia- mento?, afirma. Setor de construção civil comemora pacote O setor da construção come- morou a elevação do teto para o uso do FGTS na compra do imóvel. Na avaliação do Sindi- cato da Indústria da Constru- çãoCivil doEstadode SãoPau- lo(SindusCon-SP), a mudança pode ajudar a elevar a produ- ção e a demanda pela atividade do setor, que já foi maior. ?É uma medida importante para o setor da construção, é mais umafontededemanda?,afirma OdairSenra,vice-presidentede imobiliário do SindusCon-SP Neste ano, o nível de empre- go na construção civil avançou 4,09% entre janeiro e agosto, comacontrataçãode138miltra- balhadores, segundo pesquisa do sindicato em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado é bastante inferioraodesempenhodomes- mo período do ano passado, quando foram contratados 234,2 mil trabalhadores. ?No passado estávamos num ponto fora da curva. Agora, estamos voltandoparaumpatamarmais comportado, realista e contí- nuo?, diz Senra. Ontem,aentidadetambémdi- vulgouqueocustounitáriobási- co da construção(CUB)noEsta- do de São Paulo atingiu R$ 1.096,04 por metro quadrado em setembro, alta de 0,12% em relação a agosto. No acumulado dejaneiroasetembro,aaltache- gou a 6,95%. O CUB é o índice oficial que reflete a variação dos custos do setor para a utilização nos rea- justes dos contratos de obras. Em setembro, os custos com mãodeobrasubiram0,06%em relação a agosto. Os custos das construtoras com materiais de construção subiram 0,21%, en- quanto os salários dos enge- nheiros ficaram estáveis. No o período,dois dos 41 insumos da construção pesquisados varia- ram acima do IGP-M do mês, que ficou em 1,5%. Entre os que tiveram os maiores reajustes no mês estão: massa pronta pa- ra reboco externo com imper- meabilizante, cuja alta foi de 3,7%, e chapa de compensado resinado 12 mm, com 2,47%.